Um ano após a violenta e cruel morte da menina indigena Raissa: o que foi feito?


Fotos: Mariana Rocha

Em 2021, no dia internacional dos povos indígenas, o Brasil reverberou a violenta morte de Raissa Kaiowá, criança indígena de 11 anos, vitima de estupro coletivo, arremessada em uma pedreira de 20 metros de altura em uma reserva indígena, localizada na cidade de Dourados, Mato Grosso do Sul

Por Mariana Rocha –

Em 2017, o MPF e as Defensorias Públicas da União e de Mato Grosso do Sul ajuizaram uma ação civil pública para que os governos federal, estadual e municipal fossem obrigados a implementar políticas de enfrentamento ao uso de drogas na Reserva de Dourados. A ação tramita até hoje e aponta que governos têm sido “omissos quanto aos deveres constitucionais e legais de tutela à vida e à saúde da população indígena.

Após o crime que chocou o país no dia 9 de agosto de 2021, uma comitiva foi montada e a então Ministra da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, esteve em Dourados, para discutir o aumento da violência nas aldeias indígenas, especificamente a de gênero em relação às mulheres e crianças.

Durante a “audiência pública” feita dentro do perímetro urbano, distante do território indígena, além de esquecer o nome da vítima, Damares afirmou não ter tempo para visitar aldeia indígena. Durante a audiência pública, a Deputada Federal Rose Modesto (União-MS) afirmou que seria destinada verba para a construção da Casa da Mulher Brasileira em Dourados, focada no atendimento às mulheres e meninas indígenas.

Segundo a assessoria da Deputada Rose Modesto, R$ 800.000,00 já foram empenhados para a Prefeitura Municipal de Dourados dar prosseguimento no projeto. A reportagem buscou a assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal de Dourados, para saber qual a situação da articulação, mas não foram obtidas respostas. Mesmo com a mobilização parlamentar, o poder executivo ainda não respondeu de fato.

Em pleno Agosto Lilás, o que se percebe é que Dourados ainda não “vestiu a camisa” em prol da vida das mulheres, situação que ficou evidenciada na fala da Subtenente da PM e Presidente do Conselho Municipal dos direitos da Mulher, Lusmaria da Silva Oliveira na tribuna da Câmara Municipal de Dourados na 25° sessão ordinária, “Nós não sabemos quais são as políticas públicas para mulheres em Dourados”.

 

folha de dourados



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