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MS é o 1º em ranking de ricos do agronegócio que ganharam mais em 5 anos
CAMPO GRANDE NEWS
Mato Grosso do Sul lidera ranking que aponta que os estados mais ligados ao agronegócio registraram os maiores ganhos de renda entre os mais ricos do país. O estado registrou um aumento de 131% na renda do 0,01% mais rico, acima da inflação, no período de 2017 a 2022. Este crescimento extraordinário da renda nos estados mais ricos está diretamente relacionado ao forte desempenho da atividade rural nesses estados.
O levantamento foi feito pelo economista Sérgio Gobetti, a partir de dados da Receita Federal e de acordo com a nota técnica publicada no Observatório de Política Fiscal da FGV (Fundação Getulio Vargas), o fato dessas taxas serem maiores nos estados cuja economia provém predominantemente do agronegócio, não é mera coincidência.
“Verificou-se no período analisado (2017-2022) um crescimento extraordinariamente alto da renda da atividade rural, principalmente nos estratos mais ricos, em que esse tipo de rendimento (isento de tributação na sua maior parte) cresceu acima de 220% (ou 140% em termos reais)”, diz a nota de Gobetti.
Ainda de acordo com o economista, o aumento da renda do 0,01% mais rico, que corresponde a 15.366 pessoas entre os 38,4 milhões de declarantes do Imposto de Renda, foi de 49%, nos estados onde o agronegócio predomina, esse número mais que dobrou.
Seguindo a lista, no topo do crescimento da renda entre os mais ricos, aparecem amazonas com 122%, Mato Grosso com 115% e Rondônia com 106%. O estudo mostra também que no agregado de ganhos pode ser relacionado boom de commodities uma vez que grandes propriedades e exportadores têm mais possibilidade de expansão de ganhos. A atividade rural é muito forte entre os mais ricos. O economista afirma que o ápice do aumento aconteceu entre 2020 e 2021, quando os ganhos de capital se expandiram ainda mais.
O estudo também revelou os estados onde a renda dos mais ricos cresceu menos, nesse caso, o Ceará foi o estado em que a elite teve o pior desempenho, com uma queda real de 9% na renda. Essas disparidades regionais refletem a concentração de renda no topo, que cresceu significativamente no período recente. Pará aparece com queda de 4%, seguido do Rio de Janeiro com 12%.
De acordo com Gobetti, os ganhos dos ricos no Norte e Centro-Oeste estão crescendo, mais que dobrando em cinco anos. Na fotografia, quando comparo o mais rico com o cidadão médio, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, mas também em São Paulo e Paraná, aparecem como os mais desiguais. Nordeste não é tão desigual.
O economista aponta que no estado vizinho, Mato Grosso, a renda dos ricos chega a ser 364 vezes o ganho da classe média no estado. Na média, a distância é de 248 vezes.