Marquinhos Trad nega acusação de assédio sexual e diz que ‘é armação’


Marquinhos Trad, de 57 anos, ex-prefeito de Campo Grande e pré-candidato ao Governo do Estado; Foto: Campo Grande News

Marquinhos Trad, de 57 anos, ex-prefeito de Campo Grande e pré-candidato ao Governo do Estado, voltou a negar a acusação de assédio sexual e pontuou que “é armação”. Até o momento, nove mulheres (e o marido de uma delas) procuraram a PC (Polícia Civil) que abriu inquérito que tramita na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

Em reportagem publicada pelo Campo Grande News, o político disse que seus advogados estão reunindo provas ‘robustas’ que confirmam a ‘armação’.

A matéria mencionou também que as vítimas têm entre 21 e 49 anos e os crimes estariam acontecendo desde 2005. A investigação foi aberta após as primeiras denúncias, feitas por quatro mulheres: duas de 32 anos, outra de 31, e uma mais jovem, de 21, sendo que dessas, apenas uma não manteve relações sexuais com o ex-prefeito da Capital.

Com a jovem de 21 anos, Marquinhos teria tentado manter relações sexuais, mas não conseguiu, conforme consta em depoimento e publicado pelo Campo Grande News. O fato teria ocorrido no gabinete da prefeitura. Ela foi apresentada ao então prefeito por uma colega mais velha, que garantiu já manter relações íntimas consentidas com o então prefeito, e que agora também o acusa de assédio sexual.

A jovem narra que só estavam os três no gabinete no dia em que foi apresentada a Marquinhos e que ficou nervosa. Segundo relato, primeiro ele teria feito brincadeiras com um baralho e depois a levou para o banheiro do gabinete, onde abaixou as calças, pressionou-a contra a pia e levou a mão na região de sua genitália.

Diante da negativa da garota para sexo, o prefeito teria se vestido. Ela disse à delegada que deseja representar contra Marquinhos por tentativa de estupro e pediu medidas protetivas. Contudo, segundo a Deam, não preencheu o formulário nacional de risco, sob alegação de ter medo de comparecer à Casa da Mulher Brasileira já que o setor psicossocial é conduzido por servidores municipais.

utras vítimas

Ainda segundo o site, as mulheres de 32 e 31 anos, já têm filhos e disseram que precisavam de emprego, e que havia a promessa e troca de vantagem pelas relações sexuais. A mulher mais velha teve o primeiro encontro com o ex-prefeito em 12 de maio de 2020.

Com a segunda vítima, que também se queixa de assédio e perseguição, o ex-prefeito repetiu truques de mágica e manteve relações sexuais consentidas. Ela tem um filho e tinha expectativa de emprego. A quarta envolvida não teve relacionamentos com o pré-candidato ao governo, mas contou aos policiais que ele “gostava de se relacionar com meninas bonitas e mais novas”.

Outra vítima é uma esteticista de 21 anos. Ela procurou a polícia para registrar queixa contra Marquinhos Trad no último dia 21. Ao prestar depoimento, disse que conheceu o ex-prefeito por meio de uma amiga, que lhe deu recado que ele gostaria de conhecê-la e poderia ajudá-la, pois estava desempregada e passando por dificuldades. Ele marcou de recebê-la em seu gabinete e chegando lá, após alguns minutos de conversa, levou-a para o banheiro, onde tiveram relação sexual. Depois, o ex-prefeito lhe deu R$ 700 em espécie, e posteriormente, dava entre R$ 500 e R$ 1 mil.

Já uma psicóloga de 47 anos contou que foi convidada em 2016 para ajudar a fazer o Plano de Governo, relacionado às políticas públicas para mulheres e que, em janeiro de 2017, foi nomeada para um cargo comissionado na ouvidoria da prefeitura.

Quatro meses após a nomeação, apresentou projeto ao prefeito e, ao cumprimentá-lo com um aperto de mão, Marcos a puxou com força em direção a seu corpo e tentou dar um beijo na boca dela.

No mesmo dia, recebeu um telefonema da secretária do gabinete do prefeito informando que ele a aguardava, mas lembra que reparou olhares diferenciados dos funcionários e diz que encontrou o prefeito sentado na mesa, que apontou para um outro cômodo, uma sala menor, sem móveis e acoplada a sala dele. Em seguida, ainda segundo o publicado pelo Campo Grande News, diante da negativa de seguir até o lugar indicado, o então prefeito teria afastado a mulher com expressão de ódio e mandado ela ir embora.

Uma comerciante de 30 anos, que solicitou ser ouvida fora da Delegacia, afirmou ter conhecido Marquinhos Trad no ano passado, também na tentativa de conseguir um emprego e foi inserida no Proinc (Programa de Inclusão Profissional). Na ocasião, o então prefeito falou para ela trocar de carro, que ele a ajudaria a encaixando em algum programa social.

 

Campo Grande News



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