Organização criminosa voltada ao tráfico de drogas com atuação na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai é alvo da Operação Olho de Vidro, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (19) em seis estados brasileiros.

Entre os alvos dos mandados de prisão está o suposto líder da quadrilha, José Joacir Cristovão da Silva, o “Oim” (ou Olhinho), vereador e candidato à reeleição pelo Podemos em João Alfredo (PE), município localizado a 106 km de Recife, no agreste pernambucano.

O político não foi localizado durante o cumprimento dos mandados na casa dele e passou a ser considerado foragido, assim como seu auxiliar financeiro, Célio Pereira de Arruda.

A mulher de José Joacir, Edivania Laura da Silva, a “Vânia de Oim”, é candidata à prefeita de João Alfredo nas eleições 2024. Ela também é investigada na mesma operação. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na residência do casal e no gabinete de “Oim” na Câmara de João Alfredo.

O Campo Grande News apurou que em Ponta Porã, na linha internacional com o Paraguai, a Polícia Federal prendeu 11 pessoas que fazem parte da organização criminosa. Sete foram presas em flagrante e quatro por mandado de prisão temporária.

As investigações são conduzidas pela Delegacia da Polícia Federal em Ponta Porã. No total, foram cumpridos 12 mandados de prisão e 16 de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul (Ponta Porã), Mato Grosso, Pernambuco, São Paulo, Santa Catarina e Goiás, incluindo a interdição de duas empresas e a apreensão de veículos, imóveis e valores em contas bancárias dos 17 investigados.

De acordo com a PF, as investigações começaram em maio de 2022 para identificar os responsáveis pela carga de 400 quilos de maconha e cocaína que estava sendo transportada em caminhão apreendido em Ponta Porã.

A partir dessa apreensão, a PF identificou a atuação da organização criminosa supostamente chefiada pelo vereador pernambucano. A reportagem apurou que a droga era enviada de Ponta Porã para vários estados brasileiros e para João Alfredo. O vereador seria um dos líderes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) naquele estado.

As sete prisões em flagrante ocorreram por posse irregular de arma de fogo de uso restrito e tráfico de drogas. Quatro pistolas, uma escopeta, cocaína e maconha foram apreendidas. O nome da operação faz referência ao fato de José Joacir, o “Oim”, ter um olho de vidro. Em 2010, ele já havia sido investigado pela polícia pernambucana por envolvimento com receptação de veículos roubados.