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Governo mantém trabalho de extinção das chamas e resgates no bioma
AGêNCIA MS
Com trabalho voltando ao controle e extinção dos focos de incêndios florestais em diferentes regiões do Pantanal, em Mato Grosso do Sul, operações de resgate de ribeirinhos, turistas e ainda de animais, também acontecem de forma constante no bioma.
A situação das ações desenvolvidas foi atualizada hoje (15/8), durante a transmissão ao vivo pela internet do boletim semanal da Operação Pantanal, com atualização de dados sobre o combate ao fogo.
Entre os desafios existentes para atuar na região – dificuldade de acesso e clima (altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar) –, o CBMMS (Corpo de Bombeiros Militar) enfrenta situações adversas que requerem atenção para que as operações ocorram de forma segura para os combatentes. Além da necessidade de constante monitoramento e atividades de rescaldo, que contribuem para a contenção das chamas e evitam a reignição em áreas de risco.
O trabalhador rural Edson Genovêz, de 32 anos, morreu ontem (14), uma semana após dar entrada no pronto socorro de Corumbá e ser internado no CTI (Centro de Terapia Intensiva), com 90% do corpo queimado quando tentou combater um incêndio na propriedade rural onde trabalhavam na fronteira com a Bolívia. Ele chegou a ser transferido para o setor de queimados da Santa Casa de Campo Grande, mas morre devido à gravidade dos ferimentos.
“A gente se solidariza com a família do Edson pela perda. E lembro que duas semanas atrás a guarnição dos Bombeiros também se deparou com uma situação de risco, e os militares tiveram que pular dentro de um açude porque as chamas foram para cima deles. A atividade é extremamente perigosa”, explicou a tenente-coronel Tatiane Inoue, diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar, responsável pelo monitoramento e ações de combate aos incêndios florestais em Mato Grosso do Sul.
A situação climática no Pantanal, ainda é uma preocupação. Apesar da chuva registrada em algumas áreas do bioma na semana passada, em muitas regiões não houve ocorrência de precipitação.
“Mesmo com a chegada dessa frente fria, nós não desmobilizamos. Estamos fazendo a limpeza pós-atividade de combate, que a gente chama do rescaldo. Por isso permanecemos no terreno mesmo depois que acabou o incêndio. Hoje estamos com várias frentes de combate, com focos de calor e incêndios que aos poucos ressurgiram. Pois, não teve uma chuva homogênea, em várias partes do Pantanal não choveu, principalmente no norte do Estado. Eu estive na Barra do São Lourenço, no domingo (11), e lá não choveu nada. E mesmo com chuva ocorre o fogo subterrâneo, conhecido como turfa”, explicou a tenente-coronel.
A Operação Pantanal completa 136 dias ativa e hoje (15), o CBMMS (Corpo de Bombeiros Militar) atua na contenção de dez focos de incêndios ativos nas regiões de Miranda – próximo ao Salobra –, Serra do Amolar e nas proximidades de Paiaguás, Passo da Lontra – na Estrada Parque –, outros dois na divisa com o Mato Grosso, Forte Coimbra, Nabileque e nas proximidades da comunidade indígena Kadiwéu, além da região de Naviraí – próximo à divisa do Paraná. Além das áreas onde as operações ocorrem, é feito monitoramento contínuo nas proximidades do Porto da Manga.
Desde o início da operação, a PMA (Polícia Militar Ambiental) já atendeu 34 ocorrências e realizou 28 vistorias em parceria com o Nugeo (Núcleo de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto) do MPMS (Ministério Público do Estado), além de realizar ações preventivas para orientação e educação ambiental.
“Já quando ocorreram as primeiras ocorrências de incêndio, a gente visita as propriedades rurais por onde o fogo passou, conversa com o proprietário e também com os funcionários, dando orientações sobre a necessidade das ações preventivas do fogo”, explicou a tenente Eveny Parrela, da PMA.
Com atuação específica na proteção ambiental, além de fiscalização e responsabilização no caso de incêndio criminal, a PMA também contribuiu no resgate de famílias ribeirinhas que estavam em área próxima as chamas, de um grupo de turistas que por conta da fumaça se perdeu no Rio Paraguai durante atividade de pescaria e ainda de animais silvestres.