Paróquia pede orações para padre acusado de assediar coroinha

CAMPO GRANDE NEWS


O padre Jucelandio José do Nascimento, acusado de assediar coroinha (Foto: Divulgação)

Após anunciar que o padre Jucelandio José do Nascimento “NÃO” é mais o pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida das Moreninhas – assim, em letras garrafais –, a igreja pediu orações aos fiéis “pelo rapaz, pelo padre Jucelandio e por todos àquelas que, de alguma forma, sintam-se atingidos pelos acontecimentos recentes”. O sacerdote foi preso na madrugada de segunda-feira (8) por oferecer R$ 2 mil para ter relações sexuais com coroinha, um adolescente de 16 anos.

Na página no Facebook, a paróquia publicou comunicado da Arquidiocese de Campo Grande, que determinou o afastamento cautelar do pároco após “graves denúncias”, “para que a autoridade policial, o Tribunal Eclesiástico e a Comissão de Proteção de Vulneráveis da Província Eclesiástica de Campo Grande conduzam com diligência as devidas investigações acerca dos fatos”.

A igreja das Moreninhas também divulgou nota própria em tom de lamentação. “Circulam nos meios de comunicação a triste notícia de que o nosso até então pároco fora detido sobre grave acusação”, começa o texto.

Após reforçar a decisão do arcebispo Dom Dimas Lara Barbosa, de afastar o padre, a paróquia também informa que “em breve será nomeado o administrador paroquial” e pede que fiéis tomem cuidado com as “fake news”. “Pedimos que sejam caridosos para com a verdade”.

A prisão

O padre de 41 anos, muito querido na região da Moreninhas e conhecido por estar sempre em meio aos jovens da igreja, foi preso pela Polícia Militar, depois que adolescente pediu socorro à família, trancado no banheiro da casa do pároco.

O pai relatou que o filho havia saído de casa sem autorização, foi até a casa de Jucelandio, onde passou a ser assediado. Os militares encontraram o portão do imóvel entreaberto e já no quintal, chamou pelo sacerdote, que abriu a porta.

Os policiais questionaram o motivo de o adolescente estar na residência dele àquela hora e o sacerdote respondeu que chamou o menino para tratar de assuntos referentes ao acampamento da igreja.

Já o garoto revelou que o padre ofereceu R$ 2 mil para ter relações sexuais com ele e passou a mão em suas partes íntimas. Ele se assustou, correu para o banheiro e ligou para o pai.

O caso foi registrado inicialmente como importunação sexual, mas Jucelandio vai responder por favorecimento à prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável.

Solto

O padre teve liberdade provisória decretada pelo juiz Luiz Felipe Medeiros Vieira durante audiência de custódia na manhã desta terça-feira. Mesmo com depoimento da vítima, o pároco responderá ao processo solto.

Em depoimento, o adolescente contou que Jucelandio enviou mensagens em seu Instagram e whatsApp oferecendo dinheiro para que ele fosse até sua casa, mas não dizia o que ele teria que fazer para receber o valor.

Na madrugada de segunda-feira (8), o padre foi buscar o adolescente de carro, na casa onde ele mora com a família, no Bairro Moreninhas. Durante o trajeto o padre começou a passar as mãos nas partes íntimas do menino e perguntar se ele era ativo ou passivo.

Ao chegarem na casa do padre, no Bairro Cidade Morena, o religioso trancou a porta e pediu que o adolescente fosse tomar banho. O garoto ligou o banheiro para simular que estava se higienizando e ligou para seu irmão pedindo ajuda. Foi neste momento que a família dele chamou a polícia.

Questionado sobre o envolvimento dele com o padre, o adolescente disse que só frequenta a paróquia e que é musico da igreja.

Jucelandio exerceu seu direito de ficar em silêncio durante depoimento na delegacia. O padre teve liberdade provisória concedida, mas está proibido de se aproximar ou manter qualquer tipo de contato com a vítima e seus familiares. A reportagem tentou conversar com Jucelandio, mas o padre não quis dar entrevista. 



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