Prefeita desviou recursos para comprar Iphone, diz delator

O JACARé


Prefeita Vanda Camilo, acusada por delator; ela diz que não tolera corrupção (Foto: Divulgação)

A prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP), desviou recursos da prefeitura para comprar um Iphone 14 e realizar a manutenção do ar-condicionado da própria residência. As revelações constam da delação premiada do ex-servidor Tiago Basso da Silva, que foi homologada pelo desembargador Paschoal Carmello Leandro, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, no dia 19 de dezembro do ano passado.

Conforme O Jacaré já tinha antecipado (veja aqui), Basso gravou quatro vídeos. Apenas o número 2, com 28 minutos, faz referências aos supostos atos de corrupção cometidos pela chefe do Executivo e sogra do vereador Claudinho Serra (PP), que era secretário municipal de Fazenda e transformou a prefeitura em “ponto da propina”.

Os termos da delação premiada vieram a público nesta segunda-feira (17) com o levantamento do sigilo pelo juiz Fernando Moreira Freitas da Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia. No entanto, os detalhes das denúncias contra a progressista ficaram no TJMS. Apenas três vídeos, que totalizam 84 minutos, foram encaminhados para o juízo da primeira instância porque fazem menção ao esquema de corrupção investigado na Operação Tromper.

Conforme Tiago Basso da Silva, Vanda Camilo desviou recursos para comprar um Iphone da Apple 14, que custa, atualmente, entre R$ 3,8 mil e R$ 5 mil. Ela também teria determinado a realização da manutenção do ar-condicionado da própria residência com recursos públicos.

O desembargador ainda cita a construção de um moderno ponto de moto-táxi na cidade que teria ocorrido desvio de recursos públicos para beneficiar a prefeita da cidade.

A continuidade da investigação contra a prefeita depende do procurador-geral de Justiça, Romão Ávila Milhan Júnior, que assumiu o mandato, mas não emitiu sinais de que retomará  a investigação antes das eleições deste ano.

Vanda é candidata à reeleição e conta com o apoio de pesos pesados da política estadual, como o presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro (PP) e do ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente regional do PSDB.

Prefeita nega

“Não tolero e nunca tolerei qualquer ato de corrupção em minha gestão, e assim que tomei conhecimento dos fatos, agi de forma imediata e enérgica”, afirmou a prefeita Vanda Camilo (PP), em nota após as revelações de detalhes da delação premiada do ex-servidor Tiago Basso da Silva.

Além de negar as acusações, a prefeita insinua, sem citar nomes, de que a delação premiada homologada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul tem motivações políticas. “É evidente que as declarações têm motivações políticas, pois parte de quem é de família com interesses políticos na cidade há anos. Esta é uma clara tentativa de tentar denegrir a imagem do governo, especialmente devido à proximidade das eleições”, acusou, já que ela é candidata à reeleição.



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