Polícia investiga execução de ex-segurança de Rafaat

Corpo de 'Abacate' foi encontrado crivado de balas


Polícia do Paraguai investiga residência de 'Abacate' - (Foto: Polícia Nacional)

A execução de Márcio Ariel Sánchez Giménez, conhecido como ‘Abacate’ (Aguacate, em guarani), cujo corpo foi encontrado na sexta-feira (16) passada crivado de balas, em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, começa a ser investigada e já revela que, antes de morrer, o criminoso fez ameaças a inimigos.

Um áudio descoberto pela Polícia Nacional durante as investigações sobre o crime contém mensagens do criminoso que, depois de ter sido segurança do chefe maior do tráfico na fronteira, Jorge Rafaat, também executado, inclusive, com o uso de artilharia ponto50, em 2016, comandava uma ‘agencia de pistolagem’.

“Eu posso amanhecer na frente da sua casa, você pode me sentir ao amanhecer e o que vão fazer? Vocês não são bandidos. São principiantes”, diz Márcio Sánchez inicialmente em mensagem gravada em guarani, conta o repórter Marcos Morandi, em publicação do site Midiamax.

"Abacate’ também se intitulava como chefe da fronteira e se vangloriava pelos seus feitos, de acordo com informações da imprensa paraguaia. “No dia que Aguacate morrer, façam uma reunião e escolham seu líder. Agora mesmo eu sou o chefe, amigo. Vocês não são nada diante de mim", afirmava.

No final da mensagem encontrada pela Polícia Nacional, o ex-segurança de Jorge Rafaat, ‘coincidentemente’ executado no mesmo dia que o ex-patrão, sete anos depois, mostra poder enquanto pistoleiro: “Vou destroçá-los com fuzil se incomodarem porque ninguém vai salvá-los, nem mesmo se ajoelharem aos pés de Deus, amigo", ameaçava ‘Abacate’.

Traído pelos amigos

Com base em diligências feitas em uma mansão alugada em Pedro Juan Caballero, onde a polícia acredita ser o local da execução, os investigadores acreditam que o pistoleiro teria sido traído por pessoas próximas. Para o comissário Luis López, chefe da equipe policial responsável pela investigação do assassinato de Márcio, tudo indica que ‘Abacate’ foi executado nesta casa que teria sido alugada pelo próprio cunhado dele.

Ainda segundo o comissário, para os investigadores há a convicção de que o líder dos pistoleiros, acusado de ser o responsável direto de mais de 50 assassinatos por encomenda, foi morto pelos próprios guardas e parentes, gente da primeira quadrilha.

Acevedo: “Todo mundo sabia”

Até o prefeito de Pedro Juan Caballero, Ronald Acevedo, que sempre acusou o pistoleiro como responsável pelo massacre ocorrido na cidade e que resultou na morte da filha Haylée Acevedo, reiterou críticas às autoridades de segurança do Paraguai. Segundo ele, “todo mundo sabia” na cidade o que Marcio Sánchez estava fazendo ou onde estava, menos a Polícia Nacional. O político também acusa ‘Abacate’ pelo assassinato do irmão, o ex-prefeito de Pedro Juan Caballero, José Carlos Acevedo.

 

Midiamax.



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