Juiz decreta prisão de mulher que mandou esfaquear irmã por ciúme

Também foi decretada a prisão do autor da facada; vítima foi encontrada morta quarta-feira


Brígida, acusada de mandar esfaquear a irmã, que morreu na Jaguapiru (Foto: Adilson Domingos)

O juiz da 3ª Vara Criminal de Dourados Ricardo da Mata Reis decretou nesta quinta-feira (3) a prisão preventiva de Brígida Machado Maciel, 33, e de Ronder Fernandes Braga, 18, pelo assassinato de Amenadabe Machado Maciel, 31, ocorrido na Aldeia Jaguapiru. Amenadabe e Brígida eram irmãs.

Segundo a confissão de Ronder, ele esfaqueou a mulher a mando de Brígida, que tinha ciúmes pelo fato de a irmã ter namorado, no passado, o atual marido dela. Brígida nega ser a mandante e também nega ter ciúmes da irmã com seu marido.

“É cabível a prisão preventiva. No caso, trata-se de fato praticado mediante violência real, com emprego de uma faca, desferindo golpe contra a vítima, sendo apontada a autoria dos golpes ao flagranteado Ronder Fernandes Braga, supostamente a mando da flagranteada Brígida Machado Maciel, irmã da falecida e que teria por motivação o mero fato do esposo de Brígida ter, no passado, namorado a vítima”, afirmou o juiz ao decretar a prisão preventiva durante audiência de custódia, ontem à tarde.

Ele continuou: “há gravidade concreta da conduta, revelando periculosidade dos agentes, haja vista a motivação do fato e vínculos familiares entre a vítima e a suposta mandante. No mais, anoto que não vislumbro, no caso concreto, possibilidade de substituição da medida por qualquer das outras cautelares previstas em lei”.

Brígida e Ronder estão presos na carceragem da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário). Ele deve ser levado ainda hoje para a PED (Penitenciária Estadual de Dourados). Ela vai permanecer na delegacia, até conseguir vaga no sistema prisional feminino.

 

dourados informa

Foto: Adilson Domingos

Ronder Fernandes Braga é conduzido por policial após ser preso na aldeia (Foto: Adilson Domingos)

O caso

Na terça-feira à tarde, Brígida, Amenadabe, o marido de Brígida, Ronder e outras pessoas consumiam bebida alcoólica juntos na casa de outro indígena. Quando já estavam bêbados, as duas teriam discutido e Brígida mandou Ronder desferir uma facada na irmã.

Ferida na perna direita, ela deixou o local, foi para a casa da prima, que fica próxima, e pediu para dormir lá. Ao ver a mulher sangrando, a prima foi até a casa onde as outras pessoas continuavam bebendo e as chamou.

Segundo os depoimentos à polícia, todos foram até o casebre onde Amenadabe estava deitada, mas ela teria recusado a ser levada para o hospital. Essa versão foi dada por Ronder e pelas testemunhas ouvidas na polícia. Brígida disse que a irmã era “muito teimosa”.

Na quarta-feira de manhã, Amenadabe foi encontrada morta. Ela apresentava ferimento de faca na perna direita. A suspeita é de que o golpe tenha atingido a artéria e ela sangrou até morrer.

Ronder confessou o crime, disse que estava bêbado, por isso atendeu ao pedido de Brígida. Disse que era amigo das duas, e que trabalhavam juntos em uma fazenda em Maracaju.

Brígida negou o crime, negou que tivesse ciúme da irmã com o marido, disse que foi Amenadabe que a xingou e depois saiu correndo, sendo encontrada horas depois esfaqueada.



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