Alok prepara álbum com músicas inspiradas em cantos indígenas

DJ tocou na Festa do Peão de Americana na sexta-feira e, em entrevista exclusiva ao g1, falou sobre o álbum, que será lançado em setembro e terá músicas inspiradas em cantos indígenas.


DJ número um do Brasil e um dos maiores nomes da música eletrônica mundial, Alok desembarcou na sexta-feira na Festa do Peão de Americana (17) para reforçar uma mudança de comportamento que acontece nos rodeios há alguns anos: a inserção de outros gêneros musicais além do sertanejo, o que transformou os eventos do segmento em grandes festivais que abrangem vários tipos de público.


Durante o show, o artista tocou pequenas partes de um projeto grandioso sobre a Amazônia que pretende lançar no segundo semestre. Ironicamente, o "spoiler" acontece na mesma semana em que foram achados os restos mortais do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista Dom Philipps, assassinados enquanto faziam uma viagem pela terra indígena do Vale do Javari (AM).

 

m entrevista exclusiva ao g1 após a apresentação em Americana (SP), Alok comentou a popularização da música eletrônica em ambientes como festas de peão e detalhou o álbum sobre a Amazônia, que consiste na produção de 130 músicas inspiradas em cantos indígenas.
 

"Eu toquei um pouquinho dele lá no palco. A galera gostou. Mas ele vai ser lançado na íntegra entre o final de agosto e começo de setembro. Talvez eu o toque de forma mais completa no Rock in Rio. Esse é o meu projeto mais importante até agora, porque ele não é para mim, é para dar voz e visibilidade a esses povos que não estão sendo vistos ou ouvidos como se devia", explicou.

 

também comemorou a presença de cada vez mais DJs nos rodeios porque oferece uma dinâmica especial aos eventos e revelou que prepara setlists especiais para cada um dos festivais em que toca.
 

"Hoje as pessoas buscam experiências, sensações. E a música eletrônica propicia isso. É preparado uma apresentação em cada lugar. No Tomorrowland foi uma, no Lollapalooza foi outra. Aqui também é um set único. Mas todos têm minha assinatura, pois cada lugar tem sua peculiaridade", acrescentou.
 
O artista ainda reforçou o reconhecimento cada vez maior de DJs brasileiros fora do Brasil. "Nós temos muito essa ideia de importar, pois achamos que tudo que vem de fora é bom. Mas desde 2014, com a alta do dólar, vários festivais começaram a investir mais nos DJs daqui e isso fortaleceu a cena local. Com isso, já faz algum tempo que os DJs daqui estão conversando de igual para igual, trocando ideias, influências. O que eu quero dizer é que isso já é uma realidade", completou.
Alok foi o segundo artista a se apresentar no Rodeio de Americana na sexta-feira, antes da dupla Hugo e Guilherme e depois de Maiara e Maraísa. Na programação original, ele fecharia a noite, mas um acidente com a carreta que transportava os equipamentos das irmãs atrasou o cronograma e, por isso, elas só puderam entrar no palco às 4h, horário previsto para a última apresentação.
 
 g1.



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