Juiz suspende leilão de prédio da Bigolin após erro de R$ 660 mil e de mil m² em avaliação


Prédio estava avaliado em R$ 13,8 milhões, abaixo do valor de mercado de R$ 14,470 milhões (Foto: Reprodução)

Dois erros na avaliação, de mil metros quadrados no tamanho e de R$ 660 mil no valor, levaram a suspensão da venda do prédio onde funcionava a loja Bigolin, na Vila Glória, em Campo Grande. O edifício era o bem de maior valor entre os 250 mil itens postos à venda no megaleilão da empresa, que teve a falência decretada pela Justiça.

 

A exclusão do lote 55 foi determinada pelo juiz José Henrique Neiva de Carvalho e Silva, da Vara de Falências, Recuperações e Insolvências de Campo Grande, em despacho publicado na segunda-feira (4). O alerta de falha no laudo foi feito pela Caixa Econômica Federal.

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Em comunicado urgente ao magistrado anteontem, o administrador judicial, José Eduardo Chemin Cury, informou o erro na avaliação de um imóvel. O lote e a área edificada estavam avaliados em R$ 1,040 milhão. No entanto, o valor de liquidez seria de R$ 1,7 milhão. Como o imóvel é um dos cinco que integra o lote principal, o prédio onde a loja funcionou por três décadas, o juiz suspendeu o leilão do lote 55.

“A empresa Avalor Engenharia de Avaliações,responsável pela avaliação dos ativos que integram o acervo patrimonial da Massa Falida, comunicou à Administradora Judicial que se equivocou na elaboração do laudo avaliativo do imóvel de matrícula 89.862, vinculado ao Lote 55 do leilão”, pontuou Cury, da Pradebom & Cury Advogados Associados. 

“Com efeito, verificando o auto de avaliação e arrecadação, é possível constatar que realmente existe um ‘erro material’ quanto a metragem do imóvel descrito pela matrícula 89.862, o que, por conseguinte, em virtude do lapso, acabou por influenciar na própria avaliação do bem”, alertou. 

De acordo com a Avalor Engenharia, ocorreram dois erros na avaliação. O primeiro foi na metragem da área construída, que era de 1.132,72 metros quadrados, mas só tinha sido considerado 132,72 m².

O outro erro foi no valor de liquidez, estimado em R$ 1,040 milhão no edital do leilão, que começou no dia 8 de março deste ano com a realização da primeira praça. No mercado, o imóvel vale R$ 2,190 milhões. O valor de liquidez seria de R$ 1,7 milhão.

Esses erros comprometeram o valor do prédio principal da Bigolin, que foi avaliado em R$ 13,810 milhões. Com a correção, o edifício teve a avaliação fixada em R$ 14,470 milhões.

A suspensão visa evitar problemas futuros e a nulidade da venda. O grupo Bigolin ainda não se conformou com a falência e vem tentando recorrer a todas as instâncias para suspender o leilão.

O desembargador Marcelo Câmara Rasslan, do Tribunal de Justiça, negou pedido para enviar o recurso especial contra a falência ao Superior Tribunal de Justiça. 

Oportunidade

O leilão entra na terceira fase, com a venda dos produtos a partir do maior lance, sem, valor mínimo. Os lotes estarão à venda até o dia 12 deste mês. Até ontem, o lance mínimo era 50% do valor, conforme o edital.

 

O JACARÉ



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