Desentendimento no PSDB pode ajudar Riedel a cumprir promessa para Kassab

INVESTIGA MS WENDELL REIS


O mal-estar causado no PSDB quando o novo presidente nacional, Aécio Neves, descumpriu promessa feita para os cargos no diretório estadual do partido, pode ajudar o governador Eduardo Riedel (PP) a cumprir uma promessa feita a outro presidente nacional, o do PSD, Gilberto Kassab.

 

Aécio prometeu indicar o deputado Pedro Caravina para a vice-presidência do partido em Mato Grosso do Sul, mas precisou recuar após reclamação do deputado federal Geraldo Resende (PSDB).

 

O recuo desagradou os únicos deputados estaduais que pretendiam ficar no partido: Pedro Caravina e Lia Nogueira. Agora, eles também pensam em deixar o partido, que perderá os seis deputados estaduais e pode nem montar chapa em Mato Grosso do Sul.

 

O fracasso na aliança com o PSDB desagrada Reinaldo, que prometeu cuidar do partido no Estado, após abandonar o barco. Todavia, pode ajudar o governador Eduardo Riedel a honrar um compromisso feito com Kassab. 

 

O presidente do PSD veio a Mato Grosso do Sul especialmente para convencer Riedel a se filiar ao partido dele. Riedel disse não, mas fez compromisso com Kassab de ajudar a eleger deputados estaduais e federal no partido.

 

O PSDB vive uma crise nacional, onde perdeu tempo e dinheiro com a queda de deputados federais, mas tem a consideração de Reinaldo pelo tempo que permaneceu. Entretanto, essa falta de dinheiro e tempo pode ser decisiva na escolha de prioridades.

 

Ao contrário do PSDB, o PSD tem tempo e dinheiro, bem como o interesse da classe política que se vê muito mais ao centro do que a esquerda ou direita mais extremadas. 

 

A decisão ainda passará por conversas com os líderes do grupo, Reinaldo e Riedel, mas é grande a possibilidade de um grupo de deputados se mudarem para o PSD. Entram nesta lista de possíveis filiados ao PSD: Pedro Caravina, Lia Nogueira e Paulo Duarte. Exatamente o trio que poderia liderar a coligação tucana para deputado estadual. 

 

A promessa de eleger um federal é mais difícil, porque depende de outros arranjos. Hoje, o trio de deputados tucano, composto por Beto Pereira, Geraldo Resende e Dagoberto Nogueira, tem compromisso de ficar no PSDB, mas pouca gente seria capaz de colocar a mão no fogo por essa promessa. 

 

Os próprios filiados ao PSDB não acreditam na permanência do trio no partido e é justamente por esse motivo que não ficaram nada satisfeito com o diretório comandado por Beto Pereira e Geraldo Resende. Quem pretende ficar, cobrava o comando para lideranças que continuarão e lutaram pelo partido, mas foram derrotados pelo status assegurado por quem tem cadeira em Brasília. Isso porquê é o número de deputados federais que define tempo e dinheiro para campanha.

 

O PSDB já tem como praticamente certa as saídas de Paulo Corrêa, para o PP, e Jamilson Name, Mara Caseiro e Zé Teixeira para o PL.  Lia Nogueira e Caravina ficariam, mas depois do tombo dado por Aécio, já são dúvida. 



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