Justiça condena pastor por abusar de fiéis durante “cura espiritual”

LIGADO NA NOTICIA LUIS GUILHERME


Fórum de Dourados, localizado na Avenida Presidente Vargas; Foto: Divulgação

A 3ª Vara Criminal de Dourados, por meio do juiz Pedro Henrique Freitas de Paula, condenou nesta quarta-feira (3/9), a seis anos e oito meses de prisão, um pastor, de 53, acusado de abusar de fiéis da igreja onde atuava.

 

Segundo as investigações conduzidas pela DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher), iniciadas em agosto de 2024, o líder religioso se aproveitava da sua posição para manipular as vítimas e afirmava que os abusos faziam parte de um "processo de troca de energia vital para cura espiritual".

 

Conforme o relato das vítimas, o tal pastor utilizava momentos de oração e situações de fragilidade emocional para cometer os atos, muitas vezes em locais isolados. Ele também ameaçava as fiéis, dizendo que sofreriam um “grande castigo de Deus” caso recusassem ou denunciassem o que acontecia.

 

Um dos casos mais graves envolveu uma mulher que buscava engravidar. O pastor a convenceu a manter relações sexuais alegando que o ato seria necessário para a “cura espiritual”. Por esse episódio, ele foi condenado a dois anos e oito meses de reclusão.

 

O homem ainda foi condenado por três casos de importunação sexual, com penas de um ano e quatro meses para cada um:

Oração particular: durante um atendimento no comércio de uma vítima, tentou tirar a blusa dela, alegando que um “anjo” pedia o ato;

 

Retiro religioso: durante uma oração, beijou uma fiel dizendo que fazia parte de um “rito espiritual”; e construção do templo: em outro momento, deitou a vítima no chão e passou a alisar sua barriga por cima da roupa, falando “em outras línguas”.

 

O juiz considerou o concurso material de crimes (art. 69 do Código Penal) e somou as penas, determinando que o pastor cumpra a reclusão em regime inicial semiaberto.



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