GOLPE FINANCEIRO
Esquema liderado por chineses movimentou R$ 1 bi em golpe de falso investimento
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A operação "Ebdox" deflagrada nesta quarta-feira (3/9), pela PC (Polícia Civil) do Distrito Federal com apoio do SIG (Setor de Investigações Gerais) de Dourados, visou combater um dos maiores esquemas de estelionato já investigados no país. O golpe, articulado por um grupo de origem chinesa e com participação de brasileiros, causou prejuízo superior a R$ 1 bilhão.
Aqui em Dourados, os agentes do Setor de Investigações Gerais cumpriram dois mandados de busca e apreensão contra alvos ligados ao esquema. O nome da ação é inspirado na falsa plataforma digital usada para enganar as vítimas.
De acordo com o delegado Thiago Boeing, do Distrito Federal e responsável pela investigação, o golpe funcionava a partir de grupos de WhatsApp, onde os criminosos se passavam por um suposto professor da USP, especialista em investimentos, e ganhavam a confiança das vítimas com dicas aparentemente seguras. A partir daí, apresentavam a plataforma “Ebdox”, que simulava negociações de criptomoedas.
As vítimas transferiam valores por Pix acreditando em rendimentos cada vez maiores, mas o site não passava de uma fachada. Quando a fraude parecia insustentável, o falso professor alegou que a Polícia Federal havia bloqueado os recursos e exigiu o pagamento de um “imposto” de 10% para liberar o dinheiro. Muitos ainda depositaram, antes de o site simplesmente desaparecer.
A investigação teve início em Brasília, após a denúncia de um médico que perdeu R$ 200 mil. A partir das quebras judiciais, descobriu-se a movimentação bilionária, parte dela enviada à China por meio da Venezuela, com cobertura de empresas de fachada em Roraima que simulavam exportação de alimentos.
Embora, nesta primeira fase, tenham sido cumpridos apenas mandados de busca, o delegado adiantou que novas prisões poderão ocorrer em etapas seguintes. Além do estelionato, a apuração envolve crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
“Estamos diante de um esquema internacional, que usou tecnologia e manipulação para enganar vítimas em todo o Brasil. A investigação agora vai avançar para identificar a participação de pessoas em outros países”, destacou o delegado.
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