“Testa de ferro” de “Barão das Drogas”, advogado foi morto com 12 tiros

Gustavo Anibal Medina Carneiro foi executado por pistoleiros na frente do filho

HELIO DE FREITAS CAMPO GRANDE NEWS


Policiais no local onde advogado foi executado, em Pedro Juan Caballero (Foto: Marciano Candia)

Executado nesta quinta-feira (8) em frente à escola do filho, o advogado paraguaio Gustavo Anibal Medina Carneiro, 39, foi alvejado com 12 tiros de pistola 9 milímetros. O crime ocorreu por volta de 11h (de MS), no Bairro Virgem de Caacupé, em Pedro Juan Caballero, cidade separada por uma rua de Ponta Porã (MS).

O advogado era um dos investigados no âmbito da Operação Pavo Real PY, deflagrada em julho de 2023 pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) contra o esquema de lavagem de dinheiro controlado pelo narcotraficante sul-mato-grossense Jarvis Gimenes Pavão, o “Barão das Drogas”.

Proibido de deixar o país, Gustavo e outras 23 pessoas foram denunciados por serem “testas de ferro” de Jarvis Pavão e seus familiares. Atualmente, o narcotraficante cumpre pena no presídio federal de Brasília.

Conforme a Polícia Nacional, na manhã de hoje, o advogado foi à Escola Adventista para buscar o filho. Ele dava a volta no veículo para assumir a condução quando foi alvejado pelos atiradores a bordo de carro não identificado. A criança já estava dentro do veículo e presenciou o crime.

A execução ocorreu no cruzamento das ruas 15 de Agosto e Teresa Roa de Caballero. Cápsulas deflagradas foram recolhidas pelos peritos.

De acordo com a ocorrência policial, uma advogada, identificada como Claudia Larize Ruiz Cristaldo, 36, foi detida por ordem do promotor Rodrigo Espínola, ao ser flagrada tentando se apoderar do celular do advogado morto. O Ministério Público paraguaio ainda não informou se ela segue presa ou se apenas vai ser ouvida como testemunha.

Gustavo Anibal Carneiro foi denunciado no ano passado por lavagem de dinheiro e organização criminosa. Segundo o MP do país vizinho, ele possuía nome ações de empresas ligadas à organização de Jarvis Pavão e imóveis registrados em seu nome. A ação está em andamento e haverá audiência do caso no dia 20 deste mês.

Alegando falta de provas, a defesa de Gustavo tentou a suspensão condicional do processo e propôs a doação de oito computadores como reparação pelos danos sociais causados. Entretanto, o MP paraguaio rejeitou o acordo. A polícia segue sem pista dos pistoleiros.

O advogado Gustavo Anibal (Foto: Reprodução)


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