Dourados
Filhos que mataram idoso para roubar dinheiro e comprar pinga são condenados
Crime ocorreu no final de outubro de 2022; os condenados são Miguelito Ortiz Cabreira, Michelle Cabreira Ortiz e Roger Amarília Snarde
HELIO DE FREITAS CAMPO GRANDE NEWS
A 1ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) anulou decisão da primeira instância e condenou três jovens que mataram o idoso Alonço Cabreira, 89, no final de outubro de 2022. Dois condenados, Miguelito Ortiz Cabreira, 24, e Michelle Cabreira Ortiz, 27, eram filhos de Alonço. O terceiro, Roger Amarília Snarde, 21, o “Paloma”, era namorado de Michelle.
O crime ocorreu na Aldeia Bororó, em Dourados. Segundo a denúncia do Ministério Público, os três mataram Alonço a golpes de faca, chutes e pedradas para roubar R$ 1 mil. Todos estavam bêbados e queriam dinheiro para comprar mais cachaça.
Após o assassinato, eles jogaram o corpo de Alonço em uma pedreira abandonada, mesmo local onde a filha dele, de 11 anos, foi estuprada por cinco homens e jogada de uma altura de 30 metros. O corpo da menina foi encontrado dois dias depois, em agosto de 2021.
Outra filha de Alonço, que também bebia com o pai, os irmãos e o cunhado, testemunhou o crime e apontou os três como autores do latrocínio (roubo seguido de morte). Michelle, Roger e Miguelito foram presos em flagrante.
Em 20 de março deste ano, o juiz da 1ª Vara Criminal, Marcelo da Silva Cassavara, absolveu os três alegando falta de provas que os incriminassem com autores do assassinato para roubar dinheiro do idoso.
Na sentença, o magistrado citou que os três réus se acusam mutuamente e que a única testemunha (a outra filha de Alonço), apesar de afirmar ter presenciado o crime e acusado os irmãos e o cunhado, só apresentou essa versão após o corpo do pai ser localizado.
Além disso, citou que a perícia não conseguiu confirmar a causa da morte devido ao estado adiantado de decomposição do corpo. O juiz chegou a dizer na sentença que Alonço poderia ter morrido ao cair na pedreira.
O alvará de soltura dos três foi assinado no mesmo dia da absolvição. Entretanto, o Ministério Público recorreu ao Tribunal de Justiça. Por unanimidade, os desembargadores da 1ª Câmara Criminal seguiram o parecer da relatora Elizabete Anache pela condenar o trio.
Michelle Cabreira Ortiz e Miguelito Ortiz Cabreira foram condenados cada um a 28 anos, 10 meses e 15 dias de reclusão e 11 dias-multa e Roger Amarilia Isnarde a 24 anos e 9 meses de reclusão, além de 10 dias-multa. A decisão foi publicada nesta segunda-feira (2). Agora caberá ao Juízo de 1ª instância tomar as medidas necessárias para cumprimento das penas.