DOURADINA
Escândalo de concurso atinge em cheio prefeito de Douradina
'Nuvem negra' paira sobre município após investigações do Gaeco
DOURANEWS
Um escândalo envolvendo suposto uso indevido da máquina pública veio à tona na semana passada no município de Douradina, após investigação conduzida pelo Ministério Público Estadual (MPE). O caso gira em torno de um concurso público que teria sido manipulado para beneficiar parentes e aliados do prefeito, Jean Fogaça, configurando verdadeiro "trem da alegria", conforme publicou o blog “O Jacaré”, assinado pelo jornalista Edvaldo Bitencourt.
O concurso foi realizado pela Delta, uma empresa que opera na Rua Álvares de Azevedo, 194, sala 5, na Vila do Polonês, em Campo Grande. No mesmo endereço, funciona a Bodega Real, um estabelecimento fundado em 22 de julho de 2021, com capital social de R$ 450 mil, pertencente ao advogado Cristopher Pinho Ferro Scapinelli. A sobreposição de atividades no mesmo local levantou suspeitas de que a Delta possa ser uma empresa de fachada, utilizada exclusivamente para fraudar o concurso.
Durante as investigações, foram cumpridos mandados de busca e apreensão direcionados a servidores e envolvidos. As autoridades suspeitam que o concurso foi manipulado para favorecer certos candidatos ligados ao prefeito e seus aliados na disputa eleitoral de outubro deste ano.
Uma fonte envolvida na investigação relatou que o esquema de favorecimento incluiu a aprovação de diversos familiares do prefeito e outras pessoas próximas a ele. O blog da Capital descobriu uma lista enorme, que inclui, entre os favorecidos, irmão, cunhada e sobrinha do prefeito Jean Fogaça; a irmã do Procurador do Município; a filha da pregoeira do Município; a secretária de Saúde; o filho da secretária da Saúde; a esposa da secretária de Assistência Social; além de outros agentes com cargos comissionados indicados pelo prefeito Jean Fogaça que figuram na lista de aprovados, configurando um verdadeiro nepotismo.
Esses casos reforçam as suspeitas de manipulação e favorecimento no concurso, além dos crimes de formação de quadrilha, desvio de verba, uso da máquina pública, corrupção ativa e passiva e peculato. Se provados, o grupo pode ser condenado por cinco crimes e penas que podem chegar aos 12 anos de prisão.
As revelações feitas pela Promotoria de Justiça em Itaporã deram início a um escândalo que se desenrola como um verdadeiro enredo de novela, expondo as práticas corruptas de uso da máquina pública para benefícios pessoais e de terceiros. As investigações continuam, e é esperado que mais detalhes venham à tona, potencialmente resultando em processos judiciais e medidas disciplinares contra os envolvidos. Diversos sites do Estado continuam repercutindo essas denúncias de desmandos ou uma possível ‘farra’ em Douradina.
Investigações
O MP e o Gaeco entraram para valer na cruzada contra atos impróprios na condução pública de Douradina. Na casa de um dos investigados foram apreendidos cerca de R$ 200 mil, sem que haja a definição da procedência. Em tudo se confirmando, é provável que o concurso venha a ser anulado. Todas essas definições deverão ser apresentadas nos próximos dias, e por enquanto as investigações continuam em curso. Resta saber se as denúncias serão aceitas e se transformarão em processo pela Justiça.
A sociedade, parte mais interessada e mais prejudicada, precisa saber a verdade. Durante as operações, a polícia recolheu notebooks, celulares e computadores dos envolvidos, para cruzamento do que vem sendo investigado. Além disso aconteceram escutas telefônicas com autorização judicial, tudo com recursos tecnológicos que deram início às investigações.
Segundo informações doa servidores envolvidos, até o momento ninguém teria sido afastado dos cargos, e a Câmara de Vereadores ainda não entrou com pedido de afastamento do envolvidos, incluindo até do prefeito.
‘Grupo do Mal’
Pelas redes sociais, o prefeito Jean Fogaça, do PSDB, disse que confia no seu secretariado e que o que vem acontecendo em Douradina é articulação de um "grupo do mal". Segundo ele, no momento certo a verdade virá à tona.