Policia
Polícia apura xenofobia contra nordestinos em grupo do WhatsApp do Ecoville de Dourados
A Polícia Civil de Dourados está investigando o crime de racismo (xenofobia) em um grupo de WhatsApp denominado “Ecoville Proprietários”. A denuncia, registrada em Boletim de Ocorrência, no último dia 23, dá conta de que um dos moradores, durante conversas no aplicativo, proferiu palavras de cunho racista como “Quem for do PT sai do grupo e vai trabalhar nordestino só sabe vender rede e dormir a tarde inteira” e “Quem não gosta de branco é o negro”.
O caso foi parar na delegacia, que apura o crime. De acordo com o delegado Lupersio Degerone Lucio, titular do Departamento de Polícia do Interior, logo após o primeiro turno das eleições, uma onda de casos de xenofobia foi registrada no Brasil contra o povo nordestino. Em Mato Grosso do Sul, ocorreram poucos registros oficiais, mas isso não significa que os crimes não estão ocorrendo. Para o delegado muita gente não sabe que esse comportamento é crime também na internet e não denuncia.
“A xenofobia é um crime pautado no discurso do ódio e na violência aos direitos humanos. O agressor geralmente pratica a ofensa porque se sente superior a determinados moradores de outras regiões. É importante ressaltar que em muitos casos, tanto vítimas como agressores desconhecem que a Legislação pune essa atitude criminosa. Por isso é importante falar sobre o tema para conscientizar e também para que as vítimas procurem os órgãos de segurança que vão tomar as providências cabíveis”, ressalta o delegado.
De acordo com a Lei nº 7.716, em seu artigo 20 diz que “Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Pena: reclusão de um a três anos e multa”.
Nos últimos anos, a Justiça vem condenando por racismo pessoas que proferem ofensas a nordestinos, tendo em vista que esse crime durante as eleições também foi comum em 2014. Em Maio deste ano, por exemplo, a Justiça do Distrito Federal manteve uma condenação contra um homem que se referiu ao povo nordestino como “escória do país” e “tudo de ruim”.
douradosagora
Matéria por Valéria Araújo/Clique MS