Denúncia
Primeiras mulheres que denunciaram assédio de ex-prefeito de Campo Grande registram medo de represálias em depoimentos
As primeiras mulheres que denunciaram a Polícia Civil o ex-prefeito de Campo Grande e candidato ao governo do estado Marquinhos Trad (PSD), por assédio sexual, relataram nos depoimentos que sentiam medo de represálias após a formalização das queixas.
“...tem muito medo de que Marcos Trad possa lhe fazer algum mal, ou lhe prejudicar de alguma forma, em razão das situações que denunciou...”, registra o depoimento de uma denunciante, de 30 anos.
Outra mulher, com 21 anos, e que também representou contra o ex-prefeito, relata em mais de um trecho do depoimento o temor que sente dele. Em um ponto diz “...quem é que mexe com ele [Marquinhos Trad]”. Em outro comenta que “teme sofrer alguma represália ou algum mal”.
Essa mesma denunciante, comenta que em razão da violência que teria sofrido precisou procurar “ajuda terapêutica e médica”.
A investigação
Há mais de um mês a Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher (DEAM), em Campo Grande, investiga as acusações contra Marquinhos Trad. O inquérito foi aberto a partir dos depoimentos de quatro mulheres feitos entre os dias 4 e 5 de julho, na Corregedoria da Polícia Civil.
A DEAM aponta que 16 mulheres já denunciaram Trad no inquérito por suspeita de crimes como assédio sexual, importunação sexual, favorecimento a prostituição, estupro e tentativa de estupro.
Busca e apreensão no gabinete
Nesta terça-feira (9), como parte das investigações, policiais da DEAM e peritos cumpriram mandado de busca e apreensão no gabinete da prefeitura de Campo Grande. Dois computadores foram apreendidos e serão periciados.
A ação foi acompanhada por uma das advogadas que defende o ex-prefeito, Andrea Flores. Ela disse que as buscas vão comprovar que Trad “nunca cometeu qualquer irregularidade” e que as denúncias contra ele se tratam de armação política.
O ex-prefeito admitiu publicamente que manteve relações sexuais consensuais com duas das mulheres que fizeram a denúncia.
G1 MS