De vendedora de sorvete ao comando da Capital, Adriane foi a 3ª vice-prefeita na história


Nova prefeita é formada em Direito e Teologia, com pós-graduação em Administração Pública e Gerência de Cidades (Foto: Divulgação)

Aos 45 anos, Adriane Barbosa Nogueira Lopes (Patri) se tornou a segunda mulher a assumir o cargo de prefeita de Campo Grande. Exemplo da dificuldade das mulheres em cargos executivos, ela foi a terceira vice-prefeita na história da Capital e começou a trajetória como vendedora de sorvetes de porta em porta e passou a atuar em projetos sociais.

 

Antes de Adriane, apenas uma mulher, a professora Nelly Bacha (MDB), assumiu o comando da Prefeitura de Campo Grande por três meses e seis dias em 1983. A emedebista ocupou o período em que o cargo ficou vago entre as nomeações no Governo Militar de Heráclito Figueiredo (PDS) e Lúdio Coelho (MDB).

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A atual prefeita foi apenas a terceira mulher na história a  exercer o cargo de vice-prefeita. A pioneira foi Marilu Guimarães, na época no PFL (atual União Brasil), que foi vice de Lúdio de 1989 a 1992. A segunda foi Marisa Serrano (PSDB), que ficou apenas dois anos como vice de Nelsinho Trad (PSD) entre 2004 e 2006.

“Agora, quero falar com as mulheres. É possível estar onde desejarmos estar. É difícil?! É! Mas eu estou aqui para dizer para cada uma de vocês: é possível. Decidam, comecem! Eu comecei pequena, onde eu estava, com aquilo que tinha nas mãos. Hoje, me torno a segunda mulher eleita a ser prefeita de uma capital do Brasil”, afirmou a prefeita, durante o discurso de posse na manhã desta segunda-feira (4) na Câmara Municipal. 

Ela assume com a renúncia de Marquinhos Trad (PSD) para disputar o Governo do Estado nas eleições deste ano. Vereador da Capital, deputado estadual por três mandatos e prefeito eleito em 2016 e reeleito em 2020, ele enfrenta o maior desafio da sua carreira. 

Adriane Lopes nasceu em Grandes Rios (PR) e orgulha-se de ter começado vendendo sorvete de porta em porta em Campo Grande. Casada com o deputado estadual Lídio Lopes (Patri), ela assume o segundo maior orçamento do Estado, de R$ 4,7 bilhões, e vai gerir uma máquina com 25 mil servidores e uma cidade com mais de 900 mil habitantes. 

Antes de ser eleita vice-prefeita, Adriane Lopes, como é conhecida, teve forte atuação em projetos sociais, como o Centro de Recuperação Minha Esperança, para atender dependentes químicos, o Unidos pela Fé e o Projeto Madrinha (para distribuição de kit enxoval para mulheres de baixa renda).

“Eu me capacitei nesses últimos cinco anos. Meu propósito de vida é servir as pessoas. Estou aqui como servidora pública, para dar o meu melhor e fazer tudo que vier em minhas mãos, com excelência. A minha missão é daqui para frente. É trabalhar no presente, mas olhando também para o futuro dessa cidade pujante. Vamos preparar Campo Grande para as próximas gerações. Eu prometo muito trabalho e dedicação em busca do desenvolvimento social e econômico”, afirmou, na solenidade de posse.

“Olho no olho, fazendo pelas pessoas, próximos às pessoas. Isso é ter sensibilidade, Isso é ter visão. Nós estamos construindo um legado para essa cidade. E legado é aquilo que deixamos no coração das pessoas”, disse. 

Ela assume um pacote de projetos que prevê investimentos de R$ 1,5 bilhão em obras de infraestrutura e sociais até dezembro de 2024. Ela também vai implementar projetos polêmicos, como os corredores de ônibus, que vão pôr fim ao estacionamento na faixa esquerda.

Somente de pavimentação estão previstos 200 quilômetros. A vila dos idosos e a construção de 800 apartamentos na região central deverão ser alguns dos destaques da gestão, caso sejam concluídos no prazo. 

 

O JACARÉ



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