Afastamento de juiz “não repara injustiça que eu e meu filho sofremos”, afirma Puccinelli


Ex-governador foi preso em julho de 2018 e acabou de fora das eleições: sempre acreditei na Justiça, afirmou na semana passada (Foto: Arquivo)

O ex-governador André Puccinelli (MDB) afirmou que o afastamento do juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, das ações da Operação Lama Asfáltica “não repara a injustiça” sofrida por ele e o filho. Por determinação do magistrado, o emedebista e o advogado André Puccinelli Júnior ficaram presos por cinco meses em 2018, entre 20 de julho e 20 de dezembro.

Pré-candidato a governador de Mato Grosso do Sul pela terceira vez, Puccinelli passou a se manifestar com mais frequência nas redes sociais e em entrevistas a jornais, emissoras de rádios e sites. As acusações de desvio de dinheiro feitas pela Polícia Federal e Ministério Público Federal na Lama Asfáltica são consideradas os principais calcanhares de Aquiles do ex-prefeito de Campo Grande.

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Em postagem feita na semana passada, o ex-governador falou sobre a prisão. “A decisão não repara a injustiça que eu e o meu filho sofremos, mas joga luz sobre a verdade. Nunca duvidei da Justiça, pois acredito que a verdade sempre aparece”, postou André em sua página na internet e no Twitter.

Ele se referiu a decisão da 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que declarou a suspeição do magistrado e anulou suas decisões em quatro ações envolvendo o ex-secretário estadual de Obras, Edson Giroto. Para o desembargador Paulo Fontes, o juiz atuou de forma inquisitorial e teria assumido o papel do Ministério Público Federal. Um dos itens citados foi ele ter feito 40 perguntas para a testemunha, enquanto o procurador da República não fez nenhum questionamento.

Puccinelli e o professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) foram presos no dia 20 de julho de 2018 por determinação do juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira. Eles já tinham sido presos antes, em 14 de novembro de 2017, por ordem do juiz Ney Gustavo Paes de Andrade. Em maio de 2017, a juíza Monique Marchioli tinha mandado colocar tornozeleira no ex-governador.

Na época, ele era candidato a governador e liderava as pesquisas. Eles ficaram presos até 20 de dezembro do mesmo ano, quando a ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça, concedeu habeas corpus por considerar que a organização criminosa, supostamente chefiada pelo ex-governador, já tinha sido desmantelada.

Puccinelli classificou a prisão como política porque acabou deixando a disputa. Sem candidato competitivo, o MDB lançou o então deputado Junior Mochi, que ficou fora do segundo turno. Reinaldo Azambuja (PSDB) foi reeleito no segundo turno ao derrotar o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira.

Puccinelli aposta na decisão do TRF3 para anular as decisões do juiz Bruno Cezar, que o tornou réu em quatro ações penais pelos desvios na MS-430, na pavimentação da Avenida Lúdio Coelho, por organização criminosa e por ter usado o avião de João Amorim e João Roberto Baird para viagens a Brasília.

“Aos que me confortaram com suas orações e palavras de apoio nos momentos mais difíceis e a vocês, que nunca duvidaram da minha inocência, o meu muito obrigado”, afirmou o ex-governador em postagem no dia 27 de janeiro deste ano.

O ex-governador garante que será candidato nas eleições deste ano. Uma vitória nas urnas lhe dará força para, pelo menos, suspender as ações judiciais. Além da 3ª Vara Federal, ele é réu em ações por improbidade e criminais na Justiça estadual, como a 1ª Vara Criminal de Campo Grande e nas varas de direitos difusos.

 

O JACARÉ.

Puccinelli cumprimenta eleitora durante visita a Feira Central de Campo Grande (Foto: Divulgação)


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