Testemunhas em ação por roubo contra filho de Reinaldo começam a ser ouvidas dia 30

Réus e advogados também foram intimados para oitiva no fim do mês


Rodrigo Souza e Silva, filho do governador Reinaldo Azambuja - (Foto: Divulgação, Arquivo)

A 4ª Vara Criminal de Campo Grande começa a ouvir no próximo dia 30 testemunhas do processo no qual o filho do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), Rodrigo Souza e Silva, é réu por suposto roubo de propina. A videoconferência foi marcada para ter início às 13h30, segundo documento a que a reportagem teve acesso.

Dentre as testemunhas convocadas, estão dois policiais militares, convocados pela parte ativa do processo, no caso, o MPMS (Ministério Público Estadual de MS). Vale lembrar que, em 10 de junho, os réus e advogados do processo de roubo majorado também foram intimados "para oitiva das testemunhas arroladas na denúncia", conforme publicado no Diário de Justiça de Mato Grosso do Sul daquela data.

Denúncia do MPMS (Ministério Público Estadual), que chegou a ser rejeitada em um primeiro momento, apontava a participação de Rodrigo na tentativa de roubo de propina, bem como nos planos para a execução do corretor de gado José Ricardo Guitti Guimaro, o “Polaco”. Presos, os envolvidos no roubo e assassinato frustrados delataram Rodrigo Souza e Silva como mandante dos crimes.

A motivação, segundo investigações no âmbito da Operação Vostok, da Polícia Federal, seria porque Polaco estaria pedindo mais dinheiro para manter o silêncio sobre o que sabia do esquema de pagamento de propina ao governador Reinaldo Azambuja pela JBS. O arranjo não deu certo, porque o corretor de gado desconfiou dos planos e mandou outra pessoa receber o dinheiro em seu lugar.

Reinaldo, Rodrigo, Polaco e mais 21 pessoas estão entre os denunciados pelo MPF (Ministério Público Federal) ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A denúncia, que cita o orquestramento do roubo, aponta que o governador tucano recebeu R$ 67,7 milhões em vantagens ilícitas. Em troca, concedeu benefícios fiscais que desfalcaram os cofres estaduais em R$ 209,7 milhões.

O MPMS recorreu da rejeição da denúncia e o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) derrubou a decisão da juíza May Melke Siravegna em dezembro de 2020. A ação penal tramita em segredo.



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