Justiça
Advogado preso pela PRF com 21,6 quilos de cocaína é condenado a 7 anos de prisão
LIGADO NA NOTICIA LUIS GUILHERME
O advoagdo Rubens Dariu Saldivar Cabral, preso em janeiro deste ano pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) ao ser flagrado com 21,6 quilos de cocaína, em Nova Alvorada do Sul, foi condenado a sete anos e seis meses de prisão em regime fechado, mais 750 dias-multa, conforme decisão judicial obtida pela reportagem.
Além dele, também foram condenados Lucinei Ribeiro de Oliveira e Marlon Barroso de Andrade Lopes, tendo sido o primeiro condenado a cumprir pena de oito anos e nove meses de reclusão, aumentada pela reinciência para dez anos e dois meses e 15 dias, mais 1.020 dias-multa, assim como o segundo.
O caso teve início no dia 18 de janeiro, quando policiais deram ordem de parada a um veículo Audi A3, branco, na BR-267. O motorista, no entanto, desobedeceu a ordem e empreendeu fuga, chegando a jogar o carro contra um dos agentes. Durante a perseguição, o condutor dirigiu em alta velocidade pela contramão, abandonou o veículo e fugiu pela vegetação às margens da rodovia.
O carro foi apreendido, mas na ocasião não houve prisão. O boletim de ocorrência registrou a fuga e a direção perigosa, sem que a droga fosse localizada.
Dias depois, no dia 23 daquele mês, o advogado Rubens Dariu Saldivar Cabral apareceu na Delegacia de Polícia de Nova Alvorada do Sul para requerer a liberação do veículo. Alegando representar o proprietário, que estava preso, ele apresentou procuração e chegou a se tornar depositário judicial do automóvel, com a justificativa de levá-lo para perícia em Dourados.
A movimentação levantou suspeitas, e um informe de inteligência chegou às autoridades: Rubens teria solicitado R$ 20 mil a traficantes, sugerindo que o valor seria usado para subornar policiais e garantir a liberação da droga que estaria escondida no carro.
O flagrante e a descoberta da droga
No dia 29 de janeiro de 2025, o plano veio à tona. Após retirar o Audi A3, Rubens e os comparsas Marlon Barroso e Lucinei de Oliveira se deslocaram até uma oficina mecânica em Nova Alvorada do Sul, onde o veículo foi erguido para inspeção — segundo a investigação, a intenção era verificar se a polícia havia instalado algum rastreador.
A PRF, que já monitorava discretamente os passos do grupo, seguiu acompanhando o deslocamento. Na BR-163, próximo ao Trevo do Alegrete, o Audi foi abordado. Dentro de compartimentos ocultos no veículo, os agentes localizaram 21 tabletes de cocaína, totalizando 21,6 quilos da droga.
Lucinei, que dirigia o carro, confessou posteriormente que receberia R$ 1 mil pelo transporte da droga até Dourados.
O julgamento
O processo reuniu depoimentos de policiais rodoviários federais, civis e testemunhas, além das versões apresentadas pelos acusados. Lucinei chegou a assumir a responsabilidade sozinho, numa tentativa de isentar os comparsas. Já Rubens, advogado, alegou estar apenas exercendo a profissão ao intermediar a liberação do carro, e Marlon afirmou desconhecer a existência da droga.
O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), porém, sustentou que havia provas robustas da participação dos três no esquema, destacando a atuação conjunta e os indícios de vínculo anterior entre eles.
A Justiça de Nova Alvorada do Sul acolheu a denúncia e condenou os réus por tráfico de drogas, rejeitando os pedidos de nulidade das defesas e a tese de flagrante preparado. As penas ainda serão detalhadas em execução penal, mas todos permanecem presos preventivamente.
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