UFGD vira palco de reivindicações indígenas e promessa de investimentos durante inauguração de prédio

LIGADO NA NOTICIA LUIS GUILHERME


Ministro Camilo Santana durante entrevista coletiva; Fotos: Helio de Freitas/Campo Grande News

A inauguração de um novo prédio da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) na manhã desta terça-feira (30/9), foi marcada por protestos e cobranças ao ministro da Educação, Camilo Santana. Mesmo sob pressão de estudantes e lideranças indígenas, o ministro garantiu que o governo federal está empenhado em retomar investimentos e atender antigas demandas da comunidade acadêmica.

 

Ele também destacou que a entrega da obra representa mais que uma estrutura física. “Esse prédio é símbolo da valorização da educação, da pesquisa, da extensão, da inovação e da cultura. Foram 16 anos de espera para que ele se tornasse realidade, e hoje celebramos uma conquista que pertence a toda a região de Dourados”, afirmou.

 

Camilo Santana ainda reconheceu os atrasos, mas ressaltou que a prioridade do presidente Lula é concluir obras paralisadas e fortalecer o ensino público. “Um país só é soberano quando investe em educação. Estamos retomando os investimentos, com novas escolas, institutos federais, creches e programas que garantem a permanência de estudantes indígenas e quilombolas”, disse.

 

Entre as reivindicações apresentadas ao ministro, estavam o aumento e a universalização das bolsas de permanência, a revogação do Novo Ensino Médio e a criação de mais estruturas de apoio para os estudantes indígenas. Em resposta, Santana lembrou que o valor da bolsa já foi reajustado de R$ 900 para R$ 1.400 e que a meta é garantir que nenhum aluno deixe de estudar por falta de condições financeiras.

 

Ele também citou que o Congresso já aprovou mudanças no Novo Ensino Médio, retomando a carga horária da formação geral, e destacou avanços na educação básica indígena. Segundo o ministro, pela primeira vez desde a criação do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) e , foi ampliado o valor repassado por aluno em escolas indígenas e quilombolas.

 

Outro ponto mencionado foi a criação da Política Nacional de Educação Indígena, que prevê formação e valorização de professores, além da retomada de obras paradas em comunidades. “Dourados abriga a maior comunidade indígena urbana do Brasil, e isso exige do governo federal atenção especial”, afirmou.

A cerimônia também contou com a participação de estudantes indígenas, que reforçaram a importância da Universidade Federal da Grande Dourados para a região. O acadêmico Guarani-kaiowá Sidmar Franco Aquivel destacou que a universidade está situada em território tradicional e pediu mais atenção às políticas de permanência.

 

“Este é um território indígena chamado Nicaioá. É fundamental que a instituição reconheça isso e que o Estado Federal atue junto à comunidade, garantindo educação e inclusão”, afirmou. Ele também defendeu a construção de casas de acolhimento para estudantes que vêm de outras cidades e aldeias.

 

“Queremos que nossos parentes tenham onde ficar, que possam estudar e ter oportunidade. Este território é ancestral e cuidar dele é cuidar da vida de nossas famílias”, completou, sendo aplaudido pelos presentes.

 

Apesar dos protestos, a visita foi marcada por um tom de diálogo. Camilo Santana deixou claro que o MEC pretende fortalecer parcerias com estados, municípios e universidades para ampliar a presença do Estado em áreas historicamente desassistidas.

Visita ao Hospital Universitário

Na agenda em Dourados, Camilo Santana também visita, às 14h, as obras da segunda etapa da UMC (Unidade da Mulher e da Criança), no Hospital Universitário da UFGD.

 

O projeto, incluído no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), prevê investimento federal de R$ 28 milhões. Com a nova etapa, serão criados 45 leitos, além da ampliação das UTIs pediátrica e neonatal e da Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal. As obras começaram em novembro de 2024 e devem ser entregues em outubro de 2026.





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