Técnica de enfermagem é condenada a 30 anos por latrocínio contra o pai

Produtor rural Ireno Dias dos Santos foi assinado em 30 de agosto de 2021, no distrito de Vila Vargas


Irene Marcia (à direita) no dia em que foi levada para presídio; ela foi condenada a 30 anos (Foto: Adilson Domingos)

A técnica de enfermagem Irene Márcia Teodoro dos Santos Alencar, 36, foi condenada a 30 anos de prisão por tramar o assassinato do próprio pai, o produtor rural Ireno Dias dos Santos, 70, para roubar R$ 200 mil que ele guardava no cofre de casa.

O latrocínio (roubo seguido de morte) ocorreu no dia 30 de agosto de 2021 no sítio de Ireno, no distrito de Vila Vargas, município de Dourados. O produtor rural foi morto na frente do neto de 10 anos. O menino é filho de Irene Márcia e saiu correndo na estrada para pedir socorro após o avô ser assassinado a tiros.

O cabo da reserva do Exército Adaías Oliveira da Silva, 32, suposto amante de Irene Márcia, foi condenado a 25 anos de reclusão. O terceiro envolvido no latrocínio, Elias de Oliveira Villalba, 26, está foragido.

Adaías e Adaías foram os autores materiais do crime, praticado a mando de Irene. Segundo a polícia, Elias está refugiado no Paraguai. O caso foi desvendado pelo SIG (Setor de Investigações Gerais), da Polícia Civil.

A sentença contra os mentores do latrocínio foi determinada pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Dourados, Marcelo da Silva Cassavara. Irene Márcia e o ex-amante já entraram com recurso de apelação no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, mas vão continuar presos enquanto recorrem.

 

Sítio onde ocorre o crime, em agosto de 2021 (Foto: Adilson Domingos)

Por dinheiro

Interrogado em Juízo, Adaías Oliveira da Silva confessou o crime, afirmou estar arrependido e disse que participou do roubo segurando o neto da vítima na parte de fora da casa, enquanto Elias entrou na casa para imobilizar o idoso. Ele negou relacionamento com Irene Márcia e disse que aceitou participar do plano por dinheiro, para receber R$ 40 mil. Já Elias Villalba receberia R$ 10 mil.

Adaías disse que Irene Márcia havia informado que o pai estaria alcoolizado naquela noite e por isso não ofereceria resistência. Entretanto, como sabiam que o produtor rural tinha arma de grosso calibre, os dois usaram coletes à prova de bala. O plano, segundo ele, era imobilizar a vítima e fugir com o dinheiro do cofre.

Quando segurava o menino do lado de fora, Adaías afirmou ter ouvido tiros. Em seguida, Elias pediu que entrasse na casa. Ireno já estava morto. Segundo ele, o idoso também atirou e acertou seu comparsa, mas o projétil parou no colete. Adaías disse em depoimento que Irene Márcia permaneceu dentro do carro e só entrou na casa depois, para tentar abrir o cofre.

Filha confessou

Irene Marcia Teodoro dos Santos Alencar também confessou o latrocínio contra o próprio pai. Afirmou que foi ela que teve a ideia do roubo por saber que o pai tinha dinheiro no cofre da casa. Alegou não conhecer Elias Villalba, que teria sido contratado por Adaías.

A técnica de enfermagem confirmou ter ficado no carro e disse não ter visto Adaías e Elias armados. Segundo ela, não era para ter ninguém na casa naquele momento, pois seu pai deveria ter levado o filho dela até Dourados, a 28 km de Vila Vargas. Irene Márcia disse que o plano era dividir o dinheiro, mas alega não ter ficado com nada. Acreditas que Elias fugiu levando o lucro do assalto.

“O grau de reprovabilidade da conduta da acusada é pernicioso, já que contou com a restrição de liberdade da testemunha ocular, uma criança de apenas 10 anos de idade para o êxito do crime. Os motivos do crime são egoísticos e fúteis, considerando tê-lo cometido com o fito de subtrair um valor existente no cofre da vítima fatal, do qual sequer tinha conhecimento de quanto seria”, afirmou o juiz ao definir a sentença.

 

Crédito: Campo Grande News

 



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