Seres Humanos Ou Animais?

Estamos vivendo um momento de "animalização" das pessoas.


As manchetes dos jornais são de estarrecer e assustador: falam de seres humanos ou de animais? "Criança indígena de 11 anos foi estuprada coletivamente e morta ao ser jogada do alto de um penhasco", "Bebê de 7 meses morre por hemorragia após ser estuprada", "Acusado de estupro, homem é flagrado com bebê sem roupas", "Psicólogo é preso em Dourados após denúncias de abuso" e, mais recentemente, "Polícia Civil prende suspeito de estuprar e matar uma menina de 6 anos", cúmulo da selvageria, "Sophia, de 2 anos, foi espancada e estuprada antes de ser morta".

Os episódios que geraram as manchetes acima tem em comum a brutalidade, a desumanidade e a mente pervertida dos autores dos crimes contra crianças (bebês!!!) indefesas e acendem a luz vermelha de alerta: estamos vivendo um momento de "animalização" das pessoas, na maioria dos casos tendo a droga e o álcool como pano de fundo.

Os números aqui em Dourados (só neste dois primeiros meses, mais de 25 casos, o que resulta em uma a cada dois dias) e no Brasil como um todo são muito preocupantes.

Estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) chama a atenção para o problema, que afeta principalmente as mulheres, sendo crescente os casos envolvebdo crianças e até bebês: o número estimado de casos de estupro no país por ano é de 822 mil, o equivalente a dois por minuto.

Levantar, analisar e refletir sobre os dados de violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil é urgente. Aliás, é urgente há muito tempo. Desde 2019, quando pela primeira vez o Fórum Brasileiro de Segurança Pública conseguiu separar os dados do crime de estupro do crime de estupro de vulnerável, pudemos enxergar que 53,8% desta violência era contra meninas com menos de 13 anos.

Esse número sobe para 57,9% em 2020 e 58,8% em 2021.
Esses números assustadores obrigam a pensar em políticas de prevenção e não só de repressão.

Se para um adulto a violência sexual é traumática, em uma criança é devastadora e leva muitas vezes ao suicídio na adolescência ou mesmo ao homicídio. Nem sempre o sofrimento da criança, do adolescente ou da família se encerra com a denúncia e com a interrupção da violência.

Por se envolver frequentemente com a criança em situação de violência, é missão dos poderes e instancias públicas, das escolas aos órgãos de saúde, ações de identificação, enfrentamento e prevenção desse problema, demandando uma mudança de olhar das questões meramente clínicas para as sociais.

É importante, nesse processo, questionar ativamente a criança e os responsáveis a respeito de novos episódios de violência; realizar sempre exame minucioso em busca de evidências físicas e estar atento para alterações comportamentais e emocionais compatíveis com abuso.

É fundamental o papel da família como co-atores nesse processo de detecção e cura da criança violentada. É importante que os pais conheçam (e daí a importancia das campanhas de esclarecimento edivulgação) o diversos órgãos existentes e as funções de cada um na proteção das crianças.

E denunciar, ainda que o abusador seja membro da família, como acontece na maioria dos casos. Monstros não tem sobrenome.

O Voz da Comunidade se solidariza com as famílias das crainças vitimas dessa tragédia e reitera: o estupro é uma barbárie e deve ser combatido e punido, independente da faixa etária de quem é vítima. É a desumanização do ser humano.

 

voz dourados.



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