PDT desbanca três partidos e vence eleição em Angélica

Edison Cassuci tornou-se prefeito da cidade neste domingo, ao conquistar mandato que dura até o dia 31 de dezembro de 2024; Paulo Conconi virou vice


Prefeito eleito de Angélica, Edison Cassuci (à esquerda), ao lado do vice-prefeito, Paulo Conconi - Divulgação

Sobrinho do ex-prefeito de Angélica, a 277 quilômetros de Campo Grande, João Cassuci – que havia vencido as eleições em 2020, mas que não pôde assumir por ter sido condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por suposto desvio de recurso federal –, Edison Cassuci (PDT) venceu a eleição suplementar ontem e vai comandar o município de 11 mil habitantes até dezembro de 2024. A apuração dos votos durou 45 minutos.

Edison virou prefeito com vitória relativamente tranquila contra seus adversários. Ele obteve 2.470 votos (42,01% dos votos válidos), e o candidato que mais se aproximou do pedetista foi o prefeito interino Aparecido Geraldo Rodrigues, o Boquinha, que conquistou 1.819 votos (30,94%).

O vice do pedetista é Paulo Conconi, do PTB. A diplomação dos candidatos eleitos deve ocorrer até o dia 4 de junho, segundo a Justiça Eleitoral.

De acordo com o juiz Roberto Hipólito da Silva Júnior, da 27ª Zona Eleitoral, dos cerca de 8,6 mil eleitores da cidade, 6.051 cravaram seus votos. Isso significa que o índice de abstenção, tido como “alto” pelo magistrado, bateu a casa dos 27,99%.  

O juiz disse ainda que na eleição suplementar não houve “nenhuma intercorrência”, ou seja, prisão de eleitor ou falhas nas 28 urnas eletrônicas, por exemplo. Ao menos 300 pessoas, entre servidores e voluntários, atuaram na eleição extra.

Na terceira posição ficou o candidato do União Brasil, Roberto Cavalcanti, com 1.454 votos (24,73%). Na eleição de 2020, Cavalcanti já havia perdido para um Cassuci, no caso, o tio do prefeito eleito, João Cassuci, que não assumiu por ter caído na ficha suja.

Segurou a lanterna na eleição suplementar deste domingo o candidato do MDB, Chico Bragança, que atraiu apenas 136 eleitores (2,31%).

A “prévia” das eleições de outubro atraiu apenas uma pré-candidata ao governo de Mato Grosso do Sul, a deputada federal Rose Modesto, do União Brasil. 

Também foi lá apoiar o candidato que ficou em terceiro na disputa a presidente regional do União, a senadora Soraya Thronicke.

Já o prefeito eleito, Edison Cassuci, teve o apoio dos deputados Dagoberto Nogueira (federal) e Jamilson Name (estadual), que deixaram o PDT e ingressaram no PSDB no início de março. Ou seja, o pedetista contou com o apoio dos tucanos e ainda do deputado estadual Londres Machado, que deixou o PSD e assinou ficha no PP.
VOLTA À CAMARA  
Boquinha, o segundo na disputa da eleição extra de Angélica, deve retomar seu mandato na Câmara Municipal. Em janeiro do ano passado, ele assumiu a presidência da Casa porque João Cassuci, embora o mais votado em 2020, teve a candidatura impugnada. Então, o chefe do Legislativo municipal virou prefeito.

O crime eleitoral praticado pelo tio do prefeito eleito foi investigado pela Polícia Federal. João Cassuci tinha administrado Angélica por dois mandatos, de 2001 a 2008. O crime, diz a PF, ocorreu em 2006, ou seja, levou mais de década para sair o desfecho judicial.

O então eleito, que nem chegou assumir o terceiro mandato, ingressou com recursos, mas as demandas caíram depois de analisadas pelo TSE.

Contudo, ao perceber que ficaria fora do páreo, o tio provou que a família Cassuci mantém a hegemonia eleitoral no município e lançou o sobrinho para concorrer.

EXPECTATIVA FRUSTRADA
O União Brasil se empenhou na vitória do candidato Roberto Cavalcanti porque, caso ocorresse, a eleição teria um significado importante ao novo partido, que surgiu da fusão do DEM com o PSL. Se eleito, o União Brasil estaria elegendo seu primeiro prefeito, já que a legenda foi legitimada pelo TSE em março.

Duas semanas atrás, a senadora Soraya Thronicke andou pelo comércio da cidade com Cavalcanti e, segundo sua assessoria, ouviu as demandas da população e resolveu destinar emenda parlamentar de R$ 2 milhões para o setor da saúde do município.

Do ano passado para cá, o TRE-MS promoveu quatro eleições suplementares. Contando com a de Angélica, Bandeirantes, Paranhos e Sidrolândia também tiveram pleitos extras.

SAIBA
Conforme o juiz Roberto Hipólito da Silva Júnior, da 27ª Zona Eleitoral, ontem  nenhuma intercorrência foi registrada durante a eleição em Angélica. Dos cerca de 8,6 mil eleitores, 6.051 compareceram às urnas – índice de abstenção de 27,99%. 
 
 correio do estado

CELSO BEJARANO



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