Sem Plano de Manejo, capivaras de Parque viram questão de saúde pública

Animais fogem de parque por meio de buracos em telas de proteção


Atual gestão ainda não divulgou um plano de manejo para as capivaras - Crédito: Flávio Verão

Sem predadores naturais e com capacidade de reproduzir duas vezes por ano até 8 filhotes, as capivaras que vivem no parque Arnulpho Fioravanti passaram de simples moradoras a motivo de preocupação. Como o capim - uma das opções de alimento - está seco por causa do clima, os bichos estão saindo dos limites do parque e caminhando por ruas próximas. Essa situação aumenta com o “pasto” seco, mas se registra em outras estações.

A situação do parque contribui para essa “farra” das capivaras. Na área que ladeia a Agecold, vândalos cortaram um pedaço da tela que cerca o parque e criaram um “portão”, no qual é possível passar até um veículo de grande porte. O portão é usado pelas capivaras e também pela turma do pedal, que criou trilhas em vários pontos do Parque, e por outros frequentadores. Entrando-se de carro pelo portão, uma estrada que passa atrás da sede do Instituto Municipal do meio Ambiente (IMAM) é possível acessar a Rua Coronel Ponciano.

No caso das capivaras a preocupação é o carrapato estrela. A capivara é um dos hospedeiros do carrapato-estrela (Amblyomma cajennense), o qual transmite a doença Febre Maculosa Brasileira (FMB). A doença é transmitida por esses carrapatos, que funcionam como reservatórios da bactéria Rickettsia rickettsii, que são microrganismos que causam a FMB. Se pegar o ser humano, pode contaminar com a febre maculosa, uma doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variável. A doença pode variar desde as formas clínicas leves e atípicas até formas graves, com elevada taxa de letalidade.

Já se pensou em várias alternativas para o manejo das conhecidas “capivarinhas” do Arnulpho Fioravanti. “Nós estamos iniciando um estudo para fazer o manejo desses animais porque, realmente, a população de capivara aumento muito nos últimos anos Nós estamos iniciando esse estudo até mesmo para ver a disponibilidade de levar esses animais para um outro local com autorização da Polícia Militar Ambiental”, disse Fábio Luís da Silva, diretor do Imam na gestão anterior. A atual gestão ainda não tem um Plano de Manejo especifico para as capivaras.

 

ROZEMBERGUE MARQUES

o progresso.



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