Os moradores das aldeias Bororó e Jaguapiru recusaram, novamente, a proposta das autoridades para desbloqueio da MS-156, entre Dourados e Itaporã, na tarde desta quarta-feira (27/11), após reunião com lideranças das duas comunidades e PM (Polícia Militar).

Desta forma, a rodovia seguirá interditada até amanhã. Contudo, a liberação pode ocorrer após reunião marcada para as 8h de quinta-feira (28/11), no MPF (Ministério Público Federal), que contará com representantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), da coordenadora da Funai em Dourados Teodora de Souza, e da secretária estadual de Cidadania, Viviane Luiza da Silva.

O encontro visa formalizar compromissos de grande importância para a aldeia, como a instalação de dois poços artesianos e a garantia de fornecimento diário de água por caminhões-pipa. O objetivo é evitar interrupções no abastecimento, que têm gerado preocupações na comunidade.

Para a liberação das rodovias que, amanhã, entra no quarto dia de bloqueio, os indígenas querem a assinatura de um documento, que formalize e garanta a construção dos poços de água para as aldeias que, juntas, somam mais de 20 mil habitantes.

As lideranças indígenas também solicitaram a participação de profissionais responsáveis pelas obras relacionadas às melhorias prometidas. A intenção é assegurar que todas as garantias sejam registradas por escrito e acompanhadas pelas entidades envolvidas, fortalecendo a transparência e o cumprimento dos acordos.

De acordo com informações do coronel Samuel, todas as entidades e autoridades convidadas devem estar presentes na reunião de amanhã. No entanto, a situação ainda depende de um consenso interno entre as lideranças indígenas e a comunidade.

Embora os representantes iniciais tenham mostrado apoio às propostas, é necessário convencer a base comunitária, composta por um número significativo de moradores, a aceitar os termos.

Feridos

À tarde, a reportagem apurou junto com o comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar, coronel Samuel, que 12 policiais ficaram feridos durante o confronto entre o Choque e indígenas na manhã de hoje. Após atendimento médico, eles serão levados para o IML (Instituto Médico Legal), onde passarão por exame de corpo de delito. Um dos militares, apresenta ferimentos mais graves.,

Três indígenas também foram levados para unidade hospital, com ferimentos leves, e outros três conduzidos para a delegacia por conta de lesão corporal e danos ao patrimônio público.