Polícia de MS e SP faz operação contra quadrilha que faturou R$ 50 milhões roubando caminhões

Líder da quadrilha foi preso em Itapema, onde até um helicóptero foi apreendido

DA REDAçãO


Viatura do Dracco em endereço onde foi cumprido mandado, em Campo Grande (Foto: Divulgação)

A Polícia Civil de São Paulo, por meio do Núcleo de Polícia Judiciária do 125º Distrito Policial da Capital, deflagrou nesta terça-feira (1i) a Operação Carga Pesada com o apoio do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul para cumprir mandados de prisão temporária, busca e apreensão em território sul-mato-grossense. Os alvos são investigados por roubo de caminhões através do chamado “falso frete”.

Em Campo Grande, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão temporária, resultando na prisão de um dos alvos.

Durante as diligências, dez celulares foram apreendidos, além de um cofre. Duas pessoas foram conduzidas à delegacia para esclarecimentos, ouvidas e liberadas em seguida. A ação contou com a mobilização de 20 policiais civis, integrando equipes de São Paulo e Mato Grosso do Sul.

As diligências fazem parte da repressão à organização criminosa especializada em roubos de caminhões, delitos esses marcados pela restrição da liberdade das vítimas, os quais vinham sendo investigados pelo 125º DP da Capital Paulista. O modus operandi do grupo consistia em atrair motoristas por meio de plataformas online de frete, simulando negociações legítimas, e, no momento do encontro, submetê-los a cárcere privado, enquanto os caminhões eram roubados.

Além de Campo Grande, os mandados foram cumpridos em Guarulhos (SP) – onde foi preso um dos principais executores – responsável por abordar os motoristas e mantê-los em cativeiro –, e também em Itapema (SC), cidade onde residia o líder da organização criminosa.

Na cidade do litoral catarinense, a equipe policial apreendeu diversos bens de alto valor, como relógios da marca Rolex, um carro de luxo, uma motocicleta de alta cilindrada e cumpriu o sequestro de um helicóptero Robinson R44, modelo Raven II, avaliado em cerca de R$ 3 milhões, configurando indícios de enriquecimento ilícito decorrente das ações criminosas.

As investigações revelaram que, após os roubos, os caminhões eram levados a países vizinhos, sendo utilizados para o transporte de cigarros ilegais e entorpecentes, especialmente cocaína. A droga era proveniente de facção criminosa de atuação nacional, demonstrando o vínculo direto da quadrilha com o tráfico internacional e o crime organizado.

A organização criminosa foi identificada em diversos casos de roubo com restrição de liberdade, e parte de seus integrantes já havia sido presa anteriormente pelos mesmos crimes, evidenciando a continuidade delitiva e alto grau de periculosidade.

O prejuízo estimado causado às vítimas ultrapassa R$ 50 milhões, valor que motivou o aprofundamento das investigações e a deflagração da operação.



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